Osteonecrose do Quadril: entenda o que é

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A Osteonecrose é um distúrbio da vascularização da cabeça do fêmur. Também conhecida como necrose avascular da cabeça femoral, é uma doença progressiva, que acomete o adulto jovem, dos 30 aos 50 anos de idade.

Esta patologia é mais frequente em homens e tem alta taxa de bilateralidade, ou seja, pode acometer ambos os quadris em até 80% dos casos.

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Caso você tenha recebido um diagnóstico de Osteonecrose, pode ter ficado com algumas dúvidas, afinal, esta não é uma doença comumente abordada.

Então, neste artigo você irá encontrar as informações necessárias para entender um pouco mais sobre esta condição.

Quais as causas da Osteonecrose?

A osteonecrose possui diversas causas, podendo ser multifatorial. Dentre elas, podemos citar:

  • Abuso de álcool;
  • Uso de corticóides;
  • Anemia falciforme;
  • Disbarismo (doenças causadas por alterações na pressão do ambiente, relacionada com a prática de mergulho);
  • Doença de Gaucher;
  • Trauma no quadril;
  • Gota.

Além disso, esta pode ser uma doença idiopática, ou seja, que não conseguimos saber a causa exata. Todavia, podemos afirmar que as duas causas mais frequentes são alcoolismo e uso de corticosteróides.

Quais os sintomas da Osteonecrose?

O principal sintoma desta patologia é a dor no quadril que geralmente é insidiosa, ou seja, começa lentamente e apresenta características vagas.

Todavia, ela progride com o avançar da doença, podendo se manifestar como dor no joelho, dor lombar, dor na coxa ou na região inguinal (virilha).

Inicialmente, a dor pode surgir apenas em atividades específicas e, com o passar do tempo, pode piorar interferindo muito na qualidade de vida dos pacientes.

Além disso, com a progressão da doença o paciente pode passar a apresentar limitação da mobilidade do quadril, com dificuldade de calçar sapatos, se levantar e caminhar.

Um outro ponto importante é que a osteonecrose pode permanecer assintomática por um longo período, iniciando os sintomas em fases nas quais a cabeça femoral já apresenta deformidades irreversíveis.

Como se manifesta em pacientes jovens, pode gerar um grande prejuízo na qualidade de vida dessa população que tende a ser muito ativa.

Desta forma, fica evidente a importância de procurar um ortopedista especialista em quadril ao sentir incômodos na região, pois um diagnóstico precoce é muito importante para tratar de forma eficaz esta patologia.  

Como é feito o diagnóstico da Osteonecrose?

O diagnóstico da doença inicia-se no consultório, quando buscamos compreender os sintomas e o histórico do paciente e fazemos exames físicos para avaliar se existem movimentos específicos que causam dor. 

Normalmente, será necessário fazer exames de imagem e, geralmente, iniciamos com a radiografia. Neste exame, a cabeça do fêmur pode apresentar-se com densidade aumentada ou com colapso.

Todavia, nas fases iniciais da doença (fase que chamamos de pré-radiográfica), a radiografia pode gerar maiores dificuldades no diagnóstico ou até mesmo não revelar nenhuma alteração. 

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No passado, a cintilografia tinha um papel importante neste diagnóstico, porém perdeu espaço para a ressonância nuclear magnética (RNM) que é um exame mais sensível.

A RNM tende a detectar a doença precocemente, em estágios em que a radiografia não apresenta alterações e os sintomas do paciente são leves. Então, este é um exame muito útil para estes casos.

O sinal da dupla linha ou o aspecto serpiginoso da cabeça femoral na ressonância confirma a presença da doença (patognomônico).

Como será o tratamento? 

O tratamento da osteonecrose é polêmico e ainda não apresenta um consenso. Assim, ele irá depender do estágio da doença e da sua causa.

Alguns fatores causais podem ser revertidos ou interrompidos, por exemplo, podemos atuar na interrupção do uso de álcool e de corticóides, neste último caso seja possível.  

Todavia, apesar de retirarmos o fator causal da doença, ela tende a progredir, visto que o dano inicial já foi estabelecido.

Além disso, algumas causas podem não ser reversíveis, como a anemia falciforme, os traumas e a irradiação na região do quadril que ocorre nos casos de tratamentos de câncer, por exemplo.

Poderemos utilizar alguns medicamentos em casos iniciais, porém eles não costumam ser tão eficazes. Além disso, tratamentos conservadores, como a  retirada de carga na região, fisioterapia e repouso podem melhorar os sintomas, mas não impedem a progressão da doença. 

Existem alguns tratamentos cirúrgicos que poderão auxiliar, são eles:

Osteotomias descompressivas

Este procedimento consiste em utilizar uma broca especial para chegar até a lesão e retirar o osso necrosado. Dessa maneira, quando aplicadas nos estágios iniciais, podem ter um resultado no alívio da dor em curto prazo.

Todavia, ainda não existem evidências concretas que no longo prazo as osteotomias modifiquem o curso natural da osteonecrose.

Junto da osteotomia descompressiva, podemos usar métodos adjuvantes para preencher o vazio após a retirada do osso necrótico da cabeça, por exemplo:

  • Enxerto ósseo;
  • Enxerto mineral;
  • Células tronco;
  • Concentrado de plaquetas.

Artroplastia de Quadril (prótese)

No final da doença, quando a cabeça femoral já sofreu colapso e o acetábulo já tem sinais de osteoartrose, o tratamento mais eficaz será a artroplastia de quadril e você poderá ler mais sobre este procedimento clicando aqui.

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Existe alguma forma de prevenir a Osteonecrose?

Como vimos, algumas causas da Osteonecrose podem ser evitadas, por exemplo, o abuso de álcool e uso indiscriminado e sem indicação de corticóides.

Todavia, na maioria dos casos, infelizmente, não poderemos atuar na prevenção da osteonecrose do quadril.

Sendo assim, caso esta doença venha a ocorrer, o ideal será contar com um ortopedista especialista em quadril experiente de modo a chegar no diagnóstico o quanto antes, visto que os tratamentos tendem a apresentar maior sucesso quanto menor for o grau e a extensão da necrose do osso.

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